Conhecida como pequena Iugoslávia por sintetizar a diversidade da antiga nação balcânica, a república da Bósnia-Herzegóvina faz limites com a Croácia (a norte e a oeste), Sérvia (leste) e Montenegro (a sudeste), além de ter uma minúscula parte de seu território banhada pelo mar Adriático.
Durante os anos de 1992 a 1995, o país foi palco dos mais violentos conflitos de fragmentação do território iugoslavo. Os confrontos provocaram cerca de 200 mil mortes e aproximadamente 2,5 milhões de refugiados.
A Guerra da Bósnia teve início quando a Bósnia-Herzegóvina declarou sua independência, em 1992. Os Sérvios, opostos ao processo de separação, realizaram uma perseguição étnica expulsando grupos rivais das áreas sob sua ocupação, além de promoverem chacinas. Somente em agosto de 1995, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) promoveu a intervenção no conflito bombardeando as posições sérvias. Nesse mesmo ano, teve fim o mais sangrento conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
O Acordo de Dayton, assinado em dezembro, estabeleceu os limites territoriais da Bósnia-Herzegóvina nas atuais fronteiras. O Estado foi dividido em duas entidades: a República Sérvia (49% do território) e a Federação da Bósnia, muçulmano-croata (51%).
A Bósnia-Herzegóvina, juntamente com a Macedônia, é uma das repúblicas economicamente mais pobres da antiga Iugoslávia. A economia planificada, além dos conflitos que ocorreram no país durante anos, destruindo infraestrutura, causando mortes e fluxos emigratórios, prejudicou o desenvolvimento econômico nacional. Outro fator agravante foi o rompimento das relações comerciais imposto pela Sérvia e a Croácia.
A nação proclamou sua independência no dia 1° de setembro de 1992.
Dados da Bósnia-Herzegóvina:
Extensão territorial: 51.129 km².
Localização: Europa.
Capital: Sarajevo.
Clima: Temperado continental.
Governo: República presidencialista tripartite, com um representante bósnio muçulmano, um bósnio-croata e um bósnio-sérvio.
Divisão administrativa: 100 distritos.
Idioma: Bósnio.
Religião: Islamismo 60%, cristianismo 35% (ortodoxos 17,6%, católicos 17,2%, outros 0,2%), sem religião e ateísmo 5%.
População: 3.766.579 habitantes. (Homens: 1.812.338; Mulheres: 1.954.241).
Composição Étnica: Servo-croatas 92,3%, outros 7,7%.
Densidade demográfica: 76 hab/km².
Taxa média anual de crescimento populacional: 0,67%.
População residente em área urbana: 48,02%.
População residente em área rural: 51,98%.
População subnutrida: 4%.
Esperança de vida ao nascer: 74,6 anos.
Domicílios com acesso a água potável: 99%.
Domicílios com acesso a rede sanitária: 95%.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,710 (alto).
Moeda: Marco convertível.
Produto Interno Bruto (PIB): 14.771 milhões de US$.
PIB per capita: 3.754 de US$.
Arte e Cultura
O mais renconhecido escritor bósnio é Ivo Andric (1892-1975), galardonado com o Prêmio Nobel de literatura, em 1961.
O tema de suas obras foi eminentemente bósnio: a convivência das civilizações islâmica e ortodoxa nas pequenas povoações de Travnik e Visegrad.
Suas obras mais importantes, Crônica de Travnik e A ponte sobre o Drina, trascorrem durante a Segunda Guerra Mundial.
Locais Turísticos
SARAJEVO
É quase o centro geográfico do país e sua capital, e está situada em um belo entorno montanhoso pelo que atravessa o rio Miljacka. Sarajevo é provavelmente a cidade européia que mais lembra Turquia, como testemunham 73 mesquitas, com que contava antes da guerra. Sendo um lugar eminentemente mulçumano, contava também com uma autoridade religiosa ortodoxa e um arcebispado católico. Ainda é possível apreciar o passado islâmico de Sarajevo nos mercados e em Bascarsija, o pitoresco bazar turco.
A ribeira do rio tem mudado muito pouco - salvo a recente destruição - desde os tempos quando provocara-se nela a Primeira Guerra Mundial. Setenta anos depois, Sarajevo voltou ser centro de atenção mundial como sede dos XIV Jogos Olímpicos do inverno.
Durante mais de 400 anos Sarajevo foi um lugar onde coexistiram pacíficamente mulçumanos, sérvios, croatas, turcos, judeus, ciganos e outras etnias, o que se faz patente ao contemplar a variada arquitetura da cidade. A artillharia sérvia acabou com boa parte do espírito e urbanismo destes quatro séculos, matando mais de 10.000 pessoas e ferindo outras 60.000.
É impressionante porém, descobrir como os habitantes de Sarajevo não se resignam a enterrar o passado e apresuram-se a reconstruir tolerantemente, a cidade que sempre desfrutaram.
JAJCE
Jajce é uma cidade medieval de belas ruas empedradas e velhas casas nas saias das montanhas, situada junto à estrada principal que une Sarajevo com Zagreb.
Antes de ser conquistada pelos turcos no século XV, Jajce foi o berço dos reis cristãos de Bósnia. Já em 1943 foi também a capital da Iugoslávia liberada, desde onde o Marechal Josef Tito proclamou a constituição do que haveria de ser a federação iugoslava, depondo o rei Pedro II, como líder da nação. Em outubro de 1992 os sérvios expulsaram da cidade 35.000 mulçumanos, o principal grupo étnico da cidade.
BANJA LUKA
É uma importante encruzilhada de caminhos no rio Vrbas, ao noroeste do país, e tem o duvidoso privilégio de ter sido o quartel geral dos separatistas sérvios.
Em 1993 os sérvios violaram suas 16 mesquitas, reduzindo à cidade a uma testemunha da barbárie da guerra, mais que a um lugar turístico desejável.
MOSTAR
Foi construida pelos turcos no século XV junto a uma estratégica encruzilhada de rios, em uma área de vinhedos entre Dubrovnik e Sarajevo e o principal lugar do território de Herzegovina. O velho distrito de Kujundziluk atraiu durante muitos anos, milhares de turistas que podiam desfrutar da cultura islâmica do lugar.
O cerco croata de 10 meses em 1993 acabou com boa parte do distrito, todas as mesquitas e a emblemática e impressionante ponta turca, que desenhava um precioso arco de mais de 20 metros sobre as águas verdes do Neretva desde 1566. Este tem-se convertido em um dos símbolos mais visíveis do absurdo do conflito da Bósnia.
MEDUGORJE
Esta cidade tem-se convertido em um dos lugares turísticos mais importantes da zona desde que em 1981 um grupo de adolescentes presenciaram uma suposta aparição da Virgem Maria. Embora a guerra tem reduzido o número de peregrinos, as instalações turísticas têm ficado quase intactas, pelo que é relativamente fácil chegar a esta zona, sob domínio croata, a 23 quilômetros ao sudoeste de Mostar.
É conveniente visitar a Igreja de São Jaime para revisar o programa diário de missas, bendições e orações.
O lugar se anima especialmente nas festas relacionadas com o acontecimento: no dia 24 de Junho (aniversário da aparição), o dia 15 de Agosto (ascensão da Virgem) e o dia 8 de Setembro (nascimento da Virgem).
Deve notar que a igreja católica não tem reconhecido oficialmente estas aparições e que estas costumam ter lugar especialmente, nas segundas-feiras e nas sextas-feiras na ladeira do Podbro, também conhecido como "a colina das aparições".
Gastronomia
O passado oriental da Bósnia e Herzegovina pode-se saborear nas carnes à brasa, no bonsaki lonac (um estofado de coles e vitela), o baklava (um doce turco), e o onipresente burek (um pastel de queijo ou carne). Porém, dadas as condições atuais e após o fim da guerra, escasseam numerosos produtos.
Encontrará algumas bebidas, mas com bastantes limitações. O mais recomendável é beber café e água engarrafada.
Compras
Nas circunstâncias atuais Bósnia e Herzegovina não é o lugar ideal para compras, embora sempre é possível encontrar bons artigos, sobretudo antigüidades, instrumentos musicais e livros.
População e Costumes
A população da Bósnia - por volta de 4 milhões de pessoas - está composta por 43% de mulçumanos eslavos, 31% de sérvios ortodoxos e um 17% de croatas católicos.
Antes de começar o conflito, em 1991, as cidades mais importantes eram: Sarajevo, com 525.000 habitantes; Banja Luka, com 195.000; Zenica, com 145.000; Tuzla, com 130.000 e Mostar, com 126.000. Em meados de 1993, calculou-se que a população de Sarajevo tinha-se reduzido a 300.000 habitantes, o qual dá uma idéia das proporções da guerra civil.
Antes desta, a população convivia com as diferentes nacionalidades misturadas. Os croatas concentravam-se no nordeste de Bósnia e o oeste de Herzegovina, enquanto que os sérvios habitavam sobretudo noroeste e oeste de Bósnia. As "limpezas étnicas" deslocaram quase todos os mulçumanos, que ocupavam territórios próximos a Servia para o sul e oeste do país.
Sérvios, croatas e mulçumanos são todos eslavos do sul, provenientes da mesma família étnica, pelo que é impossível distingui-los, físicamente. Inclusive a linguagem é a mesma, servo-croata, a qual pode-se escrever com caracteres cirílicos (sérvio) ou latinos (croata).
ENTRETENIMENTO
Como entidade multi étnica, Bósnia e Herzegovina estão cheias de possibilidades culturais. Como no resto da Europa do Leste é possível ver espetáculos de grande qualidade - teatro, concertos - a preços muito razoáveis. Os escritórios de informação municipais costumam ser os melhores lugares, para informar-se das apresentações de cada dia. A maioria dos teatros fecham durante seis semanas no verão, mas é normal encontrar nessas datas funções ao ar livre, pequenamente agrupadas em festivais.
Embora a paisagem presta-se para isso, salvo nas zonas mais perto a Croácia não é seguro praticar o montanhismo, o trekking e o ciclo-turismo, dado o instável da situação política e o risco de ficar entre os terrenos em disputa.
FESTIVIDADES
Na zona croata de Bósnia e Herzegovina as festividades coincidem fundamentalmente, com as da Europa Ocidental: Natal, Pentecostes, Ano Novo, etc. Nas áreas sob controle sérvio e mulçumano, as celebrações coincidem com as dos ritos ortodoxo e islâmico, respectivamente.
São dias festivos oficiais: 1 e 6 de Janeiro, 1 de Março, Dia da Independência, 8 de Abril, 1 de Maio Dia do Trabalho, 4 e 22 de Junho, 15 de Agosto, 1 de Novembro e 25, 26 e 31 de Dezembro.
Transporte
Avião
Na medida que a situação vai regularizando, mais linhas regulares voam para a ex-Iugoslávia. Sarajevo ainda não tem regularizado o tráfego aéreo, mas é possível voar a Belgrado e, sobretudo Zagreb. As linhas aéreas mais importantes oferecem vôos a estes aeroportos.
Barco
Bósnia tem uma só e reduzida saída ao mar em Neum, perto da croata Ploce e está dedicada ao comércio, não ao transporte de viajantes.
Trem
Ainda é aventurado propor uma rota para Sarajevo, tanto tempo isolada do resto do país, durante a guerra. Em tempos de paz os trens que cobriam o trajeto entre a capital Bósnia e Zagreb ofereciam espetaculares vistas, seguindo o curso do rio Neretva e incluiam Mostar e Ploce, no Adriático. Deve lembrar que numerosos caminhos e pontes têm sido destruidos, pelo que é difícil saber em que estado encontram-se as vias terrestes.
Por terra
A zona de domínio croata é mais acessível e existe um serviço de quatro ônibus diários, desde Split a Medugorje (156 quilômetros) e a Mostar (179 quilômetros). Há também um ônibus noturno desde Zagreb a Medugorje.
Bósnia-Herzegovina, república da península dos Balcãs. Limita-se ao norte e oeste com a Croácia e ao leste e sul com a Sérvia e Montenegro. Constituiu a antiga Iugoslávia. Declarou sua independência em 1992, iniciando uma guerra civil. Tem um território de 51.129 km2 controlado por diversas forças militares. Sua capital é Sarajevo.
Território
Os alpes dináricos atravessam o norte do país. Grande parte do território se situa no Karst, um planalto constituído de calcário, de formação irregular. O principal rio é o Sava. Há grandes diferenças de temperatura entre o verão e o inverno.
População e Forma de Governo
Antes da guerra, possuía 4.124.000 habitantes. Os muçulmanos sunitas são o maior grupo étnico (44% da população). Os sérvios eram, antes do conflito, 31% e os croatas, 17%. Os três grupos falam o sérvio-croata (ver Línguas iugoslavas). As principais religiões são o islamismo, o cristianismo ortodoxo e o catolicismo romano. Sarajevo (com 415.631 habitantes em 1991), Banja Luka (142.644 habitantes) e Zenica (145.577 habitantes) são as principais cidades. A constituição de 1974 sofreu uma revisão entre 1989 e 1991. O sistema político é multipartidarista e o corpo legislativo é bicameral. Depois dos acordos de Dayton (1995), convivem em território bósnio uma República Sérvia da Bósnia e uma Federação Croata-Muçulmana.
Economia
É uma das repúblicas mais pobres da antiga Iugoslávia. Em 1993, a economia encontrava-se paralisada e a maior parte da população subsistia graças à ajuda humanitária do exterior. A deterioração econômica se intensificou devido ao bloqueio econômico por parte da Sérvia e da Croácia. A moeda vigente é o Dinar da antiga Iugoslávia. Em 1991, o produto interno bruto era de 14 milhões de dólares, mas a taxa de crescimento real neste ano foi de -37%.
Equipe:
Julia
Maria Julia
Nilo
Izabella
Gustavo
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