Hoje a
matemática é cada vez mais solicitada para descrever, modelar e resolver
problemas das diversas áreas humanas, porém nem sempre é fácil mostrar aos
estudantes aplicações interessantes e realistas dos temas a serem tratados ou
motivá-los com problemas contextualizados (assim como as questões do ENEM).
O
ensino via dobradura é antigo, iniciou-se com Friedrich Forbel( 1782-1852). A
dobradura pode ser obtida observando uma sequência de passos orientada pelo
instrutor (visual ou oralmente), que a realiza passo a passo e acompanhado
pelos alunos , num processo de ação reflexão, observando-se então os conceitos
e ideias geométricas presentes nesse processo. O Origami e suas sequências de
dobras são atualmente estudados na engenharia computacional, criando uma área
de pesquisa conhecida como computacional origami. Ela é a intersecção entre a
ciência da computação e a matemática do origami, e desenvolve algoritmos que
tratam da resolução de problemas relacionados à dobragem de papéis. De acordo
com Rego, Rego e Gaudêncio (2003, p. 18):
O
Origami pode representar para o processo de ensino/aprendizagem de Matemática
um importante recurso metodológico, através do qual os alunos ampliarão os seus
conhecimentos geométricos formais, adquiridos inicialmente de maneira informal
por meio da observação do mundo, de objetos e formas que o cercam. Com uma
atividade manual que integra, dentre outros campos do conhecimento, Geometria e
Arte.
A
dobradura em aula pode ser utilizada para trabalhar além dos conceitos de
geometria, podendo servir para ilustrar histórias contadas, para criação de
trabalhos escolares em Artes e Ciências, para fazer máscaras... Mas, principalmente,
para viver com o aluno um momento de interiorização, de criação, de expressão
de estados emocionais, de contato consigo mesmo, na riqueza de conteúdos
internos que são solicitados e elaborados no momento da execução.
O trabalho com
dobraduras é enriquecedor, no que se refere também, às inúmeras possibilidades
que ele oferece nos diversos ramos da Matemática. Além de toda a exploração
geométrica que é possível fazer com o Origami, as noções de proporcionalidade,
frações, aritmética, álgebra e funções, além de outras, são fortemente
evidenciadas nesta prática. A que se salienta que o aluno tem preferências
significativas por este tipo de abordagem, uma vez que, envolve o lúdico, a
manipulação e o prazer de aprender.
Segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais de Matemática (1998, p.126), “as atividades de geometria
são muito propícias para que o professor construa junto com seus alunos um
caminho que a partir de experiências concretas leve-os a compreender a
importância e a necessidade da prova para legitimar as hipóteses levantadas.
Para delinear esse caminho, não se deve esquecer a articulação apropriada entre
os três domínios: o espaço físico, as figuras geométricas e as representações
gráficas, fazendo-se necessário um trabalho de excelência explorando o tema
espaço e forma”.Vejamos abaixo alguns exemplos de dobraduras:
Construindo a
gaivota:
Processo de construção:
Construindo a tartaruga:
Aprendemos nessa matéria a confeccionarmos dobraduras como figuras artesanais. Na
próxima matéria aprenderemos a utilizar esse importante recurso na construção
de polígonos regulares e trabalharmos
suas propriedades.
Por: Josué Daniel da Silva Severino - Monitor de Matemática do Contraturno
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